Antes disso,
porém, eles vão ganhar uma porta nova, que será instalada ainda hoje.
"Essa porta de entrada não fecha, tá toda quebrada. À noite, eu tenho que
empurrar os móveis atrás dela para segurar, porque o lote todo é aberto. Fico
com muito medo pelas crianças", conta Célia Arquimino Barros, de 46 anos,
mãe de Miguel.
Ela mora com os
seis filhos em um barracão de três cômodos. As paredes ainda de cimento, sem
nenhum acabamento. "Nós viemos aqui ver se podemos ajudar a família. Eles
já estão recebendo diversas doações de alimentos. A gente só se lembra da
comida, mas esquece que também há outras necessidades", disse o pastor
Fernando Guedes.
"Vamos reunir
nossa comunidade para melhorar as condições dessa família. De imediato, vamos
trocar essa porta, mas queremos reforçar a casa, talvez trocar a
geladeira", informa o pastor.
Desde a
repercussão da história, a família vem recebendo doações de alimentos.
"Essa noite todos dormiram melhor, com a barriga cheia. A gente tava
comendo só fubá e farinha", disse Célia. Além dos filhos, ela cuida de
três netos, de 1, 3 e 4 anos, que moram no barracão ao lado.
Na noite da
última terça-feira (02/08), o menino Miguel Barros ligou para a polícia para
dizer que a família estava passando fome. "Estou com fome. Nada pra comer,
desde cedo", afirmou. Os policiais do 35° Batalhão da PM chegaram à casa
suspeitando de maus-tratos, mas encontraram a residência limpa e arrumada e as
crianças estavam bem.
Célia não sabia
que o filho tinha feito a ligação. Ela disse que tenta driblar a fome dos
filhos com água e fubá mas não está conseguindo resolver o problema. Segundo
ela, que está desempregada, o auxílio do Bolsa Família há muito tempo não é
suficiente para sustentá-los.
Após a ocorrência,
os policiais compraram uma cesta básica e outros mantimentos para que a família
pudesse comer. A história se espalhou e mobilizou outras pessoas, que
organizaram doações para Célia e seus filhos. Quem quiser, pode encaminhar
doaçõesà família por meio do 35º Batalhão.