A perícia médica que pode até mesmo determinar a soltura de Adélio Bispo de Oliveira, homem que esfaqueou o presidente Jair Bolsonaro em 6 de setembro de 2018, será realizada nesta segunda-feira. O procedimento é necessário para apontar se ele ainda possui o transtorno mental diagnosticado na época do crime. Se o procedimento concluir que ele ainda oferece riscos à sociedade, ele continuará internado em uma ala psiquiátrica no presídio federal de Campo Grande (MS). Se for considerado que o transtorno do primeiro laudo não existe mais ele pode ganhar a liberdade, já que não foi condenado pelo crime.
No dia 14 de junho venceu o prazo máximo de três anos da
internação sem que uma nova consulta fosse realizada. A internação foi aplicada
em junho de 2019, após Adélio Bispo ser considerado inimputável em razão de
problemas mentais. Isso impediu uma condenação pela facada em Bolsonaro. Como
nem o presidente nem o Ministério Público recorreram da decisão, o processo
transitou em julgado. Com isso, não há chance de que seja retomado para uma
eventual condenação.
A perícia em Adélio Bispo será feita em Campo Grande por
profissionais de João pessoa e do Rio de Janeiro e será custeada pelo
Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do governo federal.
A perícia foi realizada hoje, e os profissionais tiveram à disposição 10 horas para a realização do procedimento.
Os peritos que examinaram Adélio Bispo, autor da facada
contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), têm um prazo de 30 dias, a partir
desta segunda-feira (25/7), para a conclusão dos trabalhos.
A Defensoria Pública da União (DPU) informou, por meio de
nota, que a defesa de Adélio Bispo indicou uma psiquiatra como assistente
técnica para acompanhar os exames.
Os peritos vão julgar se Adélio ainda é perigoso e oferece
risco a Bolsonaro e à sociedade.
A avaliação foi realizada por peritos da Justiça Federal no
Presídio de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e deve determinar sobre a
cessação ou permanência da periculosidade, o que pode resultar na liberdade de
Adélio.
Os profissionais vão responder quesitos apresentados pelo
Ministério Público Federal (MPF) e pela DPU, entre eles, se o quadro de saúde
mental apresentado pelo paciente no exame pericial citado na sentença persiste.
Após os laudos serem juntados aos autos, há um prazo de
cinco dias para a manifestação do Ministério Público Federal. Posteriormente, a
Defensoria Pública da União terá o mesmo prazo.
A facada
Bolsonaro foi esfaqueado no dia 6 de setembro de 2018, enquanto fazia campanha na rua Halfeld, localizada na cidade mineira de Juiz de Fora. Ele precisou ser levado às pressas para a Santa Casa de Misericórdia de JF para passar por cirurgias. Nos anos seguintes, ele continuou fazendo operações para se recuperar e tem enfrentado, até hoje, problemas de saúde em razão do atentado.