sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Prefeito de SP defende internação compulsória para usuários com mais de cinco anos de consumo de crack

 Ricardo Nunes afirmou nesta sexta-feira (13) que uma das propostas para dependentes químicos da Cracolândia, no Centro de SP, é ampliar a participação do Centro de Referência de Álcool Tabaco e Outras Drogas (Cratod), equipamento da gestão estadual.

 O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defendeu nesta sexta-feira (13) a internação compulsória de usuários de drogas com mais de cinco anos de consumo.

 "Há uma avaliação médica que a gente precisa colocar de que a gente não pode desconsiderar a realidade dos fatos. Quem tá no consumo há mais de cinco anos, são os estudos que demonstram que o poder público precisa dar atendimento e se o atendimento for internação involuntária, compulsória, se for comunidade terapêutica, seja ele qual, a prefeitura e o governo do estado dará a ele. O que a gente não pode é ter as pessoas jogadas na rua, se consumindo com o crack".

 Ele também afirmou que o Centro de Referência de Álcool Tabaco e Outras Drogas nas ações é subaproveitado e quer que o estado fortaleça e amplie os atendimentos no equipamento.

 "O que a gente tem falado é o Cratod (Centro de Referência de Álcool Tabaco e Outras Drogas) é um equipamento importante de saúde do estado onde hoje esta com pouca atuação, de reformular e de potencializar os atendimentos."

 Na terça (10), dependentes químicos da Cracolândia pintaram uma faixa branca na Rua Vitória, onde estão concentrados, demarcando o espaço. Nunes disse que delimitações só podem ser feitas pela gestão municipal e mandou apagar a faixa.

 Nesta semana, a gestão municipal se reuniu com o governo do estado e o Ministério Público para discutir propostas para a Cracolândia.

 Desde 2022 a prefeitura e o governo do estado realizam ações para tentar combater o tráfico de drogas da região. As medidas, entretanto, não impediram a venda e o consumo no local, apenas fizeram com que os usuários se espalhassem pelo Centro.

 No ano passado, donos de hotéis do bairro chegaram a enviar pedidos de ajuda à Secretaria do Turismo por causa dos prejuízos acumulados por conta das ações de dispersão.

Mais de 100 hotéis registraram queda nas reservas após as ações. A área é procurada principalmente por dois tipos de turistas: os que vão para as compras em regiões como a 25 de Março e o Brás, e os que participam de eventos corporativos.

 De acordo com a Associação da Indústria de Hotéis, por medo, as pessoas estão preferindo se hospedar em áreas mais distantes. (G1)

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