ARTHUR LIRA COM LULA EM BRASÍLIA |
A
versão que corre na bancada do Partido dos Trabalhadores é que o anúncio foi
suspenso por pressão de Lira. O deputado teria sido informado de que seu
principal adversário político em Alagoas, o senador Renan Calheiros (MDB),
estava cotado para assumir o Ministério da Integração. Lira, então, resolveu
oferecer ao futuro governo uma nova fórmula para aprovação da PEC (Proposta de
Emenda à Constituição) da Transição: em troca do comando da pasta da Saúde para
seu grupo, ele garantia o voto a favor do texto de um grupo que chamou de
"consórcio de deputados". Seriam cerca de 150 integrantes do seu
partido, o PP, do União Brasil, PSDB e Cidadania, entre outras legendas.
Com
esses 150 deputados, somados ao MDB, a outros partidos que também ganharão
ministérios e à base de apoio ao futuro governo já formada no Congresso,
haveria votos mais que suficientes para aprovar a PEC na Câmara. Integrantes da
Equipe de Transição ouvidos pela coluna negam que Lula vá se render à pressão
do presidente da Câmara. Mas deputados do PT estão insistindo com o futuro presidente
que sem o apoio de Arthur Lira a PEC dificilmente será aprovada. Também
argumentam que e a possível nomeação de Renan Calheiros para a Integração
Nacional cria dificuldades, mais ainda sem uma compensação de peso ao
presidente da Câmara.
O
fato é que, por uma razão ou por outra, não foi feito o esperado anúncio da
ministra da Saúde. E há na Câmara uma sensação de que a PEC dificilmente será
votada nesta semana, como queria o governo. Aliado de Lira, Elmar Nascimento
(União Brasil-BA) foi ungido relator do projeto e anunciou que precisará
esperar propostas dos líderes partidários para, então, preparar seu parecer.
Cada
bancada tem seu desejo de ganhar ministérios e só deverá oferecer apoio à PEC
depois de receber sinais do presidente Lula de qual pasta deverá ganhar. A
expectativa é que essas negociações, envolvendo os mais de 30 ministros que
Lula pretende nomear, não deve ser fechada antes de quinta-feira (15), Com
isso, a votação tem tudo para ficar para a próxima semana. A não ser que Lula
feche de imediato acordo com Arthur Lira.
(Com
informações de Tales Faria, do portal uol)
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