sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Prefeitura de São Paulo abriga os afegãos que chegaram no aeroporto de Guarulhos

AFEGÃOS ESTAVAM ACAMPADOS NO AEROPORTO
 
Depois da repercussão sobre a falta de acolhimento para os mais de 90 afegãos que estavam acampados no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, após fugirem do regime do Talibã, o grupo foi encaminhado para um Centro de Acolhida Especial para Famílias (CAE), na Zona Leste da capital paulista, nesta sexta-feira (16).

Segundo a Prefeitura de Guarulhos, o local será custeado pela Prefeitura de São Paulo, e o transporte, feito por dois ônibus, pelo governo do estado. O auxílio foi necessário, já que todos os abrigos do município de Guarulhos estavam lotados desde que os imigrantes começaram a chegar em maior quantidade.

A Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado informou que fez aporte de R$ 3 milhões à Prefeitura de São Paulo para custear reformas feitas no prédio do Centro de Acolhida, que está recebendo os afegãos.

O valor repassado pela pasta é parte de um total de R$ 50 milhões repassados pelo Fundo Estadual de Assistência Social (FEAS) à Prefeitura de São Paulo no ano.

Na segunda-feira (12), o Jornal Hoje mostrou que 153 afegãos entraram no país em agosto. No mesmo dia, 52 afegãos chegaram a Guarulhos e também ficaram no aeroporto, pois não tinham dinheiro. O g1 acompanhou na manhã desta sexta a chegada de mais imigrantes, totalizando 98 pessoas.

A chegada dos grupos teve início no ano passado, quando as tropas americanas encerraram 20 anos de intervenção militar no Afeganistão e o grupo extremista Talibã voltou ao poder. Em setembro de 2021, o governo do Brasil publicou uma portaria estabelecendo a concessão de visto temporário, para fins de acolhida humanitária, a cidadãos afegãos.

Afeganistão: um ano após a volta do Talibã,             

afegãos relatam tortura e desilusão

Na segunda-feira (15) fez um ano que o Talibã tomou a capital afegã, Cabul, e reinstaurou no país um sistema fundamentalista religioso. Foi restabelecido o Emirado Islâmico do Afeganistão - que vigorou no país durante o primeiro regime Talibã, de 1996 a 2001 e que aplica a Sharia, a lei islâmica, com rigor. Desde então, os retrocessos são incontáveis e em todos os campos: as mulheres viram seus direitos regredirem drasticamente e toda uma geração de jovens perdeu a esperança.

"Tem sido um ano de tortura e desilusão. A situação é, a cada dia, mais preocupante e só piora. A cada dia, cada passo, cada decisão que o Talibã toma, basicamente coloca o meu país no caminho de uma catástrofe ainda maior: economicamente, socialmente, culturalmente… Eles estão criando tensões étnicas, agravando problemas econômicos e nos isolando do mundo. Foi um ano muito duro e a parte triste é que ainda não acabou", descreve o afegão Khalid Yousafzai, analista de mercado em Paris.

 Filhos afegãos reencontram pais no Brasil após seis meses de fuga do Talibã

"Estávamos muito angustiados porque eu falei para o meu filho mandar uma foto assim que entrasse no avião, mas ele esqueceu. Eu estava com dúvidas se eles viriam, com angústia, várias noites sem dormir."

 A apreensão do afegão naturalizado brasileiro Sorab Kokhan não é exagerada. Foram seis meses de espera para que dois filhos, uma neta e uma sobrinha desembarcassem no Brasil para o reencontro com a família.

 Eles chegaram por volta de 10h da manhã desta quinta-feira (10) no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

(com informações do G!)

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