terça-feira, 7 de março de 2023

8 DE MARÇO: DIA INTERNACIONAL DA MULHER

 O dia 8 de março é celebrado em todo o mundo para reconhecer as conquistas sociais, políticas e culturais das mulheres. O Dia Internacional da Mulher também é uma oportunidade de chamar atenção para a necessidade de acelerar os movimentos em direção à igualdade de direitos e de condições em relação aos homens – algo que ainda deve levar mais cem anos para acontecer, de acordo com um relatório do Fórum Econômico Mundial (conteúdo em inglês) feito em 2017.

Essa reivindicação tem história. Tudo começou no início do século 20, quando as mulheres se uniram e começaram a ir para a rua exigir o direito de votar e de trabalhar em condições mais dignas.

1909 - Primeiro Dia da Mulher

O primeiro país a ter um dia nacional da mulher foi os Estados Unidos: 28 de fevereiro de 1909, por sugestão de Theresa Malkiel, educadora e ativista do Partido Socialista Americano, que também lutava pelo direito ao voto.

1910 - Conferência  Anual das Mulheres

Inspirada pelas americanas, a feminista alemã Luise Zietz propôs o estabelecimento de um dia internacional da mulher durante a Conferência Anual das Mulheres, realizada em Copenhague em 1910.

1911 - Movimento ganha força

Em 1911, a Internacional Socialista decidiu estabelecer um Dia da Mulher para homenagear os movimentos pelos direitos das mulheres e angariar apoio para a causa do voto feminino. Enquanto isso, mais de um milhão de mulheres participaram de passeatas e comícios na Áustria, na Alemanha, na Dinamarca e na Suíça para exigir o direito ao voto, a ocupar cargos públicos e de não serem discriminadas no local de trabalho.

1917 - Primeira conquista marcante

Em 1917, as mulheres russas tomaram as ruas de Moscou no dia 8 de março para protestar contra a Primeira Guerra Mundial, a escassez de alimentos e pedir o fim do regime czarista, em um movimento que marcou o início da Revolução Russa. Quatro dias depois, o czar abdicou e o governo provisório e concedeu às mulheres o direito de votar.

1975 - Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher foi oficialmente celebrado em 8 de março pela primeira vez por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, e dois anos depois foi estendido a todos os países que são membros da organização.

Mais do que flores e chocolates

Mas a luta pela igualdade não parou por aí. Até hoje as mulheres continuam demonstrando sua força nas ruas. Em 2017, por exemplo, milhões de mulheres de todo o mundo participaram de mais de 600 passeatas para protestar contra o machismo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e defender seus direitos. Usando as redes sociais, as mulheres iniciaram também os movimentos #MeToo e #TimesUp, que chamam a atenção para o assédio sexual dentro e fora do ambiente de trabalho.

A cada ano, o Dia Internacional da Mulher tem um tema. O de 2019 é "Pensemos em igualdade, construção das mudanças com inteligência e inovação". Segundo a ONU Mulheres, a representatividade feminina é insuficiente nos campos de ciência, tecnologia, matemática e design, o que acaba impedindo "o desenvolvimento de inovações ao gênero que permitam alcançar benefícios transformadores para a sociedade". Para a organização, " é vital que as ideias e as experiências de mulheres influenciem por igual o desenho e a aplicação das inovações que conformarão as sociedades do futuro."

Mulheres no Brasil

No Brasil, embora as mulheres tenham nível de formação superior ao dos homens, elas ocupam apenas 39,1% dos cargos gerenciais nas empresas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - em 2011, essa proporção era de 39,5%. Além disso, recebem o equivalente a 3/4 do salário dos homens. Mesmo trabalhando fora, as mulheres dedicam 18 horas por semana aos cuidados com o lar ou com a família (os homens, 10 horas).51% da população brasileira é mulher;

Recebem 75% do salário dos homens;

18h semanais em trabalho não remunerado.

Valorizar o talento das profissionais, porém, pode ser essencial para o sucesso de uma empresa. Uma companhia que tenha 30% de líderes mulheres pode aumentar em 6% a margem líquida de lucro, aponta um estudo da consultoria internacional EY (conteúdo em inglês). Apesar disso, essa mesma pesquisa aponta que quase um terço das companhias no mundo não tem mulheres em sua diretoria ou em posição de gerência e metade não tem executivas em seu quadro (em 60% delas, não há mulheres entre os membros do conselho).37,8% dos cargos gerenciais são das mulheres;

16,9% das mulheres 25+ têm ensino superior;

7,9% dos municípios têm delegacia da mulher.

Em alguns países, a igualdade de gênero está avançando. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, os países mais igualitários do mundo são (pela ordem), Islândia, Noruega, Suécia, Finlândia, Nicarágua e Ruanda.

Na Islândia, as mulheres têm tanta influência política quanto os homens – e salários semelhantes. Já na Nicarágua, as mulheres conquistaram a igualdade em postos ministeriais, e o país tem uma das mais altas proporções do mundo de mulheres entre seus parlamentares (46%). No Brasil, apesar de serem 51% da população, as mulheres ocupam apenas 15% das cadeiras nas duas casas legislativas do Congresso Nacional, segundo o UOL.

Apesar da melhora em alguns países, quando se olha para o conjunto global, o progresso na igualdade de gênero está diminuindo. Ainda de acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial (de dezembro de 2018), somente em 2.126 - ou seja em 108 anos - teremos igualdade de gênero em áreas como participação econômica, educação, saúde e empoderamento político. São 8 anos a mais em relação a estimativa de 2017.

“Embora o progresso continue a um ritmo muito lento, o fato de que a maioria dos países está caminhando para uma maior paridade de gênero é encorajador e recompensa os esforços de todos os formuladores de políticas e profissionais em todo o mundo que trabalham para alcançar o quinto desenvolvimento sustentável da ONU: igualdade de gênero", diz parte do relatório.

A educação é o campo em que a igualdade de gênero está mais perto no mundo – e pode ser alcançada em 2032, aponta o Fórum Econômico Mundial, que ressalta também o progresso para alcançar a paridade também na política.

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